No caminho da escola

No caminho da escola.

E se eu fizesse a barba antes de sair para buscar as crianças na escola? Olhei o relógio eram 15:40 geralmente eu pego as crianças na escola ás 16:30, bom estou no prazo, fui para o banho, iniciei antes o barber, rapidamente eu me ensaboei, termino a chuveirada e me seco, visto minhas roupas, bermuda sport, chinelos alpargatas e camiseta preta básica, saio um pouco meio que me arrumando tenho pressa, fecho o portão e sigo adiante pela avenida principal do meu bairro, ando 3 quarteirões e viro a 1ª a direita caminho rápido sempre rápido por mais 5 quarteirões e viro a 2ª a direita, sigo novamente em frente por outros 3 quarteirões direto ate a portaria principal da escola de minhas filhas.

 Paro por um instante no portão de acesso aos corredores que leva as salas de aula e respiro, tentando recuperar o folego que despejei ruas la atras, no hall de acesso encontro a diretora Martha aceno para ela formalmente como sempre faço a aproximadamente 4 anos seguidos, raras as vezes que uma de suas assistentes estão lá para recepcionar os pais e mães, porém algo inusitado ocorreu ela me encarou e deu uma gargalhada contida me encarando com certo desdém e também curiosidade, eu fiquei sem entender mas se tratando da minha pessoa obviamente não teria como deixar de perguntar o motivo de sua felicidade, ela sorrindo e olhando atentamente para meu rosto com seus olhos lacrimejando de tanto rir me respondeu, você esqueceu de fazer toda a sua barba, aparou somente metade de seu bigode, ou seja a outra metade ainda esta no seu rosto hahahaha, otimo virei motivo de chacota, desconcertante, mas ainda assim estou em uma missão e vou cumpri-la, fui sem graça mas fui tão veloz quanto pude, agil como uma lebre deslizei pelo corredor que dava acesso a sala de espera onde sempre encontrava minhas filhas, que infortunio eu pensei, mais que estupidez isso não é o meu normal e tentando cobrir a metade do bigode que ficou pra trás, as encontrei sentadas me esperando como de costume, logo a Sophia me perguntou, o que é isso no seu rosto papai, eu sem graça respondo nada.

 Assim que pude me esquivar dos olhares curiosos Eu, Sophia e Pietra, saímos da escola meio que camuflados pelas colunas, desenhos e plantas decorativas nos vazos então começamos a fazer o mesmo trajeto de retorno para nossa casa, crianças são sempre crianças e não ligam muito para as ordens dos adultos, elas estão sempre felizes e exaltadas, sempre afim de fazer o que desejam, 1 segundo se passa entre meus devaneios de bigode por fazer e eu as vejo correr por 1 metro a minha frente em franca disputa infantil de corrida e giros de avião imaginário, uma freada brusca de carro, logo que elas viraram correndo a esquina, foi aí que meu coração saltou pela boca, inesperadamente eu tinha ouvido uma freada brusca de carro? Meu Deus não isso não, isso não pode estar acontecendo, eu acho que.. logo pensei, pisquei meus olhos involuntariamente por diversas vezes seguidas, 1 segundo ou 1 minuto eu não saberia dizer, o suor escorrendo da testa cegou meus olhos então eu novamente pisquei, assim que fixei outra vez os olhos nas meninas elas estavam lá intactas sorrindo me esperando na esquina antes de atravessar de um lado para o outro da rua, foi ai que percebi o breque de carro vinha de um som estéreo de dois jovens que estavam na porta de sua casa, provavelmente escutando som alto para chamar a atenção das pessoas que por ali passavam, ou para testar algum efeito para telefone eu não sei dizer, porém sei que o susto quase me causa um infarto prematuramente, bom tudo no seu devido lugar, comeaçamos novamente a nossa caminhada, porém dessa vez retornamos todos os 3 de mãos dadas melhor assim, porque afinal de contas eu ainda tenho que preparar o lanche das duas mocinhas e elas são bem exigentes quanto a isso, pois sempre retornam famintas apos um longo dia de estudos e brincadeiras na escola.