Dois pontos de fuga
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Dois pontos de fuga
Sombrios serão os atos dos seres humanos que ao se sentirem acuados como feras selvagens e estando privados de seu alimento e do seu descanso em seu habitat natural, não medirão esforços para sobrepujarem uns aos outros. Naquela gelada noite de Quarta-Feira na atual circunstancia eu já estava quase totalmente impossibilitado e já não era dono de meus próprios movimentos quem dirá de meus atos, Socorro uma voz feminina clamava baixinho um pouco mais fraca do que a habitual voz de um ser humano em suas plenas funções corporais e vocais conseguiria emitir, pedia socorro. Eu estava passando despercebido pelo acesso central da alameda que levava ao corredor do bloco 1, lá morava meus tios e primos que frequentemente eu ia visitar, então meio que fui pego de surpresa e tive que ficar parado ao memos uns 3 minutos tentando localizar a direção exata daquela voz fininha que havia ouvido, também para conferir se estava ouvidos sussurros que não existiam, no entanto caso quisesse encontra-la teria que me esgueirar por entre carros e a paisagem de concreto colorido bem pintado do condômino de luxo, depois atravessar o enorme estacionamento de um lado para outro, para ir ao seu encontro não seria tarefa fácil, puta que pariu to passando por um sufoco daqueles a minha vida pessoal está de ponta a cabeça e lá vou eu me meter em mais encrencas ainda, me preocupar com coisas que nem são da minha conta, vai saber em que diabos de problemas essa moça pode estar metida.
Tá legal tendo em vista que eu só estou aqui porque tenho parentes no local, sorte a minha que 2 dos 3 porteiros que se revezam em seus turnos já me conhecem a um bom tempo, então ao passar por eles sou apenas um mero visitante com familiares bem de vida que vivem ali, devido a fraca iluminação vinda do poste que emite sua luz fraca em direção oposta a nós eu facilmente consigo driblar a segurança do prédio ou chamar a atenção de nenhum morador, sei ser bem discreto e lisonjeiro caso preciso estender as mãos e cumprimentar alguém, também o que eles pensariam se me vissem assim andando agachado em meio aos carros que vão e vem, saindo e entrando constantemente pelo acesso da portaria principal que levava as torres gigantes que ali haviam sido construída alguns anos atrás, caminho silenciosamente em direção aos arbustos que separam os blocos de apartamentos, pense bem a matéria escancarada nas midias sociais já tão nocivas de hoje em dia, jovem negro é preso em flagrante enquanto invadia apartamentos em um condomínio de luxo na zona sul da cidade, duvido que iriam procurar saber o porque de eu estar ali naquele momento então não, melhor eu voltar e seguir meu caminho rumo ao apartamento de meus primos. Socorro quanta crueldade nada disso é real eu me distraio nesses pensamentos horrorosos e congelo, será que realmente eu deveria ir lá e matar minha curiosidade ou não, tique taque o tempo está passando para mim e talvez mais rápido para ela!
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